14.1.07

Aborto em Portugal


Aproxima-se, de novo, o Referendo ao Aborto em Portugal.
Divide-se um país entre o "Sim" e o "Não". Pelo "Sim" temos: o Partido do actual Governo; o resto da Esquerda (que completam a maioria parlamentar); a Europa (que é símbolo do Futuro e da Evolução). Pelo "Não" temos: a Direita; a Igreja (em quem a grande maioria da geração Pós-Revolução não deposita qualquer fé, acontecendo, algumas vezes, o contrário).
Depois a pergunta no Referendo, certamente parcial pro desejos governamentais.
Neste quadro, se fosse para jogar na "Betandwin", apostaria certamente na vitória do "Sim".

Há que pôr as cartas todas na mesa: um homem e uma mulher, na sua "suposta" consciência, fazem sexo. Todos conhecemos uma das mais importantes funções naturais do Sexo - a Reprodução.
Quando os dois se esquecem de qualquer contraceptivo, existe uma forte possibilidade, se se tratarem de pessoas sexualmente férteis, de uma nova Vida nascer.
Vida essa que, apoiada pela sua progenitora, é distinta, mas não a vemos - só umas manchas na ecografia.
Esta Alteração à Lei vem talvez responder às necessidades desta sociedade. Esta da Mtv, da escravatura no trabalho, da falta de tempo e dinheiro, do afastamento da Família, da ideia do Homem máquina de trabalho e competição, da incrível mobilidade, do Efémero e do Passageiro.
Quer-me parecer que esta Alteração à Lei é demasiado precoce para um Portugal desinformado e sem apoios (não preparado). Estou convencido que a aprovação virá banalizar o acto de abortar, pois temos que concordar que ela viria a desresponsabilizar o acto sexual. Isto num Povo, que conhecemos, como o Português. Mais quando o Governo se propõe a apoiar financeiramente o aborto.
Ainda melhor!
Que loucura será, que despreocupação! O Sexo, aos olhos educados pela Educação Pública Portuguesa, seria finalmente só prazer. Os filhos, ou as manchas na ecografia, seriam doenças, fatalidades, que teriamos que nos ver livres!

Não concordo com o Aborto agora. Concordo sim que o Aborto deva ser
, quando preparados, possibilitado com todas as condições. Pois existem sempre excepções, mas essas são uma pequena percentagem.
Julgo que é necessário apoiar a compra de contraceptivos (o ideal seria a custo zero); facilitar a informação; facilitar os testes dos primeiros dias, apoiar quem tenha filhos sem ter as necessárias condições; simplificar o processo de adopção; modificar a Lei do Trabalho no sentido a favorecer uma saudável vida familiar (fundadora do nosso Futuro); entre outras coisas...
Não se deve tentar resolver a miséria das mulheres desamparadas da maneira mais fácil (e "para inglês ver").
Eu não vejo qualquer proposta de um programa paralelo à Despenalização do Aborto.
Assim não meus senhores!
Acho que antes do aborto devem haver mais possibilidades. O aborto é uma possibilidade drástica! Não pode ser tornada como a principal.
Acho também cínico tornarem o Aborto como um tema exclusivo à Mulher. Quem fecundou a Vida não tem voto? E a pobre Vida indefesa e verdadeiramente inocente, por não a vermos, não lhe sentirmos o cheiro e o toque, não conta?

13.1.07

Sepultura portuguesa


Sou fantasma neste Mundo.
No meu lugar jaze meu corpo em decomposição por tanta dentada. Até tive Sorte!

Vivo, ainda, sepultado neste canto com vistas para o Oceano. Esse da velha Utopia, hoje é janela aberta à Memória que me traz Saudade e me destrói as entranhas.

Vaguei pelas ruas da depressão como uma estrela de circo que perdeu o interesse.
Ando, sem vontade própria, de colo em colo como osso disputado entre cães.
Não quero viver mais assim!
Não quero ser objecto descartável dos grandes que se dizem detentores da razão absoluta.

Quero ser o Portugal das Descobertas, o país multi continental invejado pelos grandes.
Quero ser livre! Não o carniceiro dominador que fui e que persistem em me chamar.