14.5.09

Rede ferroviária em Portugal - reflexão 6 - mínimo




Tendo sempre como objectivo a sustentabilidade e competitividade da rede, tentei reduzir ao mínimo as intervenções que aqui apresento.
Começo por enumerar os princípios orientadores:

1. toda a rede deve ser electrificada - apoiado no objectivo de produção de energia eléctrica através de fontes limpas e renováveis, toda a energia dos transportes ferroviários seria limpa e renovável. Contribuindo assim para a sustentabilidade da economia e ambiente nacional.

2. todas as capitais de distrito devem estar ligadas à rede através de pelo menos uma linha dupla - Alcançando assim a justiça regional e uma rede mais equilibrada. É, por isso, um princípio fortemente integrador do interior de Portugal e de combate à assimetria regional.

3. os aeroportos Sá Carneiro, Alcochete e de Faro devem ser integrados na rede inter-distrital de maneira a que sirva, não só a cidade que o alberga mas, também toda a região de maneira fácil e eficiente.

4. maximizar as ligações a Espanha - Vigo, Verín, Zamora, Salamanca, Cáceres, Badajoz e Huelva. Alcançando uma estreita cooperação com a rede espanhola que assim chamará mais utilizadores (pois terá mais oferta) e melhorando radicalmente o serviço internacional tão rudimentar actualmente.

5. as novas estações devem ser o mais próximo dos centros populacionais/económicos possível e devem assegurar um adequado serviço de distribuição/transfega para outras modalidades de transporte na própria estação ou bem relacionado com esta última. Centrais de camionagem, praças de táxis, transportes urbanos, transportes fluviais, estacionamentos automóveis e ciclovias devem ser especialmente relacionados com a estação de modo a servi-la eficientemente. (Gare do Oriente, Lisboa)

6. criação da linha do interior que permita movimentos Norte-Sul sem recorrer à linha do Norte - maior autonomia e cooperação nas cidades do interior.

7. em todas as linhas devem ser verificadas todas as condições de segurança e maximizar a velocidade das locomotivas - esta última condição aplica-se obrigatóriamente às linhas duplas. Pretende-se com isto diminuir radicalmente o tempo de viagem e assim aumentar a competividade dos comboios portugueses. Maus exemplos são as passagens de nível, curvas apertadas, pouco espaço entre comboios e juntas de dilatação dos carris salientes.


Existem ainda alguns casos específicos que gostaria de clarificar:

1. o ramal de Guimarães será duplicado pois trata-se de uma cidade populosa e com uma universidade de respeito. Pretende-se com isto previlegiar o uso do comboio nas deslocações na rede de cidades do Porto, Famalicão, Braga e Guimarães.

2. prolongar o ramal de Guimarães até Cabeceiras de Bastos e continuar pelo vale do Tâmega até Chaves, unindo depois a Bragança e Miranda do Douro. Desta forma unimos as pontas soltas da rede - Chaves, Cabeceiras de Bastos e Bragança. Acredito que esta linha venha reforçar a utilização do ramal de Guimarães e das linhas do Tua, Corgo e Tâmega.

3. prolongar a linha no rio Lima até Ponte da Barca e seguir até Arcos de Valdevez. Assim uniríamos estas localidades a Viana do Castelo e à rede nacional tornando a linha do Minho mais viável.

4. duplicação das linhas para a Figueira da Foz, de modo a previlegiar o uso do comboio nas deslocações na rede de cidades de Leiria, Figueira e Coimbra.

5. prolongar o ramal de Moura ao longo do lago do Alqueva e ligando ao ramal de Reguengos de Monsaraz. Pretende-se dotar o futuro estabelecimento turístico de uma alternativa competitiva ao transporte rodoviário.

6. duplicação do ramal de Sines no sentido de dotar o seu porto de cada vez melhores infraestruturas e criar um ponto de distribuição da cada vez maior procura turística na costa alentejana.

7. criação de uma linha no Algarve que sirva os estabelecimentos turísticos - Vale do Lobo, Quarteira, Vila Moura, Albufeira, Armação de Pêra, Carvoeiro, entre outros. Pretende-se potenciar o uso do comboio em detrimento do automóvel em zonas tão frequentadas por turístas.

Em breve publicarei um segunda fase e eventualmente qualquer correcção a este "mínimo".

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